Não foi fácil para o Sr. Mutaz deixar os seus entes queridos para trás. Mas devido à crise financeira, incerteza e instabilidade na sua cidade natal, e tendo a imagem utópica da Europa, ele decidiu deixar o Iraque. Tendo sido informado de que obter asilo em Portugal seria mais fácil do que em outros países europeus, depois de uma jornada difícil conseguiu chegar ao seu destino. Uma vez em Portugal, tentou integrar-se na sociedade de acolhimento e adaptar a sua cultura, mas passado um tempo começou a sentir falta de casa e da sua família no país de origem. Inicialmente o Sr. Mutaz pensou em retornar por conta própria, mas depois de contactar a OIM decidiu candidatar-se para retornar através do Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração (ARVoRE VI). "Voltei para o Iraque depois de me candidatar ao Programa da OIM. A OIM ajudou-me financeiramente, mas também moralmente.", disse Mutaz. O Sr. Mutaz teve sessões de aconselhamento após a sua chegada ao Iraque, tendo visitado o escritório local da OIM em Baghdad para validar o seu plano de reintegração.

Depois de uma discussão e de uma avaliação do seu Plano Individual de Reintegração, decidiu abrir a sua própria loja de acessórios para telemóveis. Após reunir os documentos necessários solicitados pela OIM, em apenas algumas semanas o seu subsídio de reintegração foi disponibilizado e pode adquirir os items necessários para a sua pequena empresa. “Sei que o meu processo de reintegração não será fácil, uma vez que estava acostumado a uma outra forma de vida em Portugal, mas também sei que voltar ao Iraque é melhor do que ficar longe e passar mais tempo à espera de nada.”, referiu Mutaz. Passados oito meses do regresso do Sr. Mutaz, uma equipa da OIM deslocou-se à sua loja para uma visita de acompanhamento. O seu negócio ainda está numa fase inicial sendo que, devido à recessão do mercado, vai levar mais tempo para se tornar sustentável. “Embora a nossa situação económica não seja muito boa, estar de novo perto da família é melhor do que ficar no exterior. Vou tentar estabelecer-me aqui no nosso país novamente ”, diz o Sr. Mutaz.

.