O Sr. Francisco veio solteiro para Portugal em 2000, na altura vivia no Brasil com os pais. Não tendo nada a perder, decidiu emigrar para Portugal.

O mais difícil para o beneficiário foi criar laços. O português não é tão expansivo quanto o brasileiro e, no início, teve muitas saudades da família.

Já conhecia Fernanda, com quem viria a casar mais tarde e, por isso, depois de 5 anos emigrado, regressou ao Brasil para casar e trazê-la para Portugal. Nessa altura havia trabalho para ambos e “dava para nos orientarmos bem em Torres Vedras”, local onde viveram até ao momento do retorno.

Nunca pensaram ficar para sempre em Portugal pois iriam regressar ao Brasil depois de juntar algum dinheiro. “No Brasil nunca tinha mexido com construção civil e quando cheguei cá aprendi muita coisa”. Até 2008 trabalhou na construção civil mas quando o trabalho começou a escassear, surgiu a ideia do regresso. No entanto, pouco tempo depois conseguiu um part-time e, como a esposa estava grávida do primeiro filho, adiaram o regresso ao Brasil. Em seguida, veio mais outro filho.
Ademais, o mais pequeno assustou os pais quando teve um AVC três dias depois de nascer. O casal ficou destroçado e conta que estar longe da família nestas situações torna tudo mais penoso. No entanto, o bebé recuperou e não restam sequelas do AVC.

O Sr. Francisco refere que foram sempre muito bem tratados e que a equipa médica foi incansável. A verdade é que, com duas crianças, tudo se complicou. Tiveram que mudar três vezes de apartamento para conseguirem pagar a renda e alimentar os filhos e o mais velho acabou por sair do jardim de infância por falta de condições financeiras. A decisão do retorno ressurgiu quando a esposa ficou sem trabalho e o subsídio de desemprego acabou. Só com um part-time o Sr. Francisco não conseguia manter a família em Portugal e começou a pesquisar na internet meios para voltar ao Brasil.

Foi assim que descobriu o Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração da OIM através do qual regressaram em Maio de 2015.
O mais difícil foi deixar cá os amigos que fizeram e readaptarem-se a um novo ritmo de vida no Brasil, mas não se arrependem de terem migrado para Portugal; foi uma lição de vida com muitas aprendizagens. O Sr. Francisco veio solteiro para Portugal há 15 anos e regressa agora com uma família. .
 


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